O primeiro-ministro, José Sócrates, frisou que o objectivo de universalizar o ensino pré-escolar em Portugal será feito em "concertação estratégica" entre o Governo, as autarquias e as instituições privadas de solidariedade social (IPSS).
Discursando após terem sido assinados 172 contratos para a construção de 299 salas de aula nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, Sócrates procurou afastar as reservas de alguns responsáveis de instituições privadas de solidariedade, segundo as quais o Estado, com o seu objectivo de atingir a universalização do pré-escolar, poderia entrar em concorrência com o sector privado.
Sócrates evocou então a sua experiência enquanto secretário de Estado e depois ministro do Ambiente dos Governo de António Guterres para dizer que "nunca" se arrependeu de seguir uma política de concertação estratégica com as câmaras, designadamente no combate às lixeiras.
"Para esta aposta na universalização do pré-escolar, que é um dos instrumentos educativos mais importantes no combate às desigualdades, temos os recursos, temos as pessoas e temos as instituições. Queremos cumprir este objectivo de forma articulada, em concertação estratégica com as câmaras e com as instituições privadas de solidariedade social", disse.
Numa cerimónia em que estiveram presentes os ministros da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e do Trabalho e da Solidariedade, bem como vários secretários de Estado e presidentes de Câmara da área metropolitana de Lisboa (casos de António Costa, Isaltino Morais e Fernando Seara), Sócrates salientou a importância dos contratos agira assinados.
De acordo com os dados do Governo, os 172 contratos assinados vão permitir construir 299 salas de aula, abrangendo cerca de 13 mil crianças.
Estes contratos representam um investimento de 36 milhões de euros, que é em 50 por cento suportado pelos ministérios da Educação e do Trabalho.
Ainda segundo os mesmos indicadores, com a construção de mais salas de aula, a taxa de cobertura do pré-escolar na área metropolitana de Lisboa crescerá dez por cento (de 68 para 78 por cento).
Por sua vez, na área metropolitana do Porto a cobertura subirá de 73 para 81 por cento.
Com estes aumentos que se poderão verificar nas áreas metropolitanas, a cobertura global do país, em termos de pré-escolar, poderá aumentar quatro pontos percentuais, atingindo os 82 por cento.
Fonte: RTP
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