A grande maioria (84%) dos beneficiários do Complemento Solidário para Idosos não recorre aos apoios financeiros de saúde do Estado. É necessária mais informação e atenção dos centros de saúde.
Em Abril, apenas 16% dos idosos com CSI usaram os Benefícios Adicionais de Saúde (BAS), um projecto dos ministérios da Saúde e do Trabalho e Segurança Social para apoiar financeiramente as despesas dos idosos com medicamentos, óculos e lentes e próteses dentárias.
O projecto arrancou em 2007, mas os resultados estão aquém das expectativas. "É uma percentagem muito baixa", analisa António Pimenta Marinho, vogal do conselho directivo da ARS-Norte, realçando a necessidade de aumentar a informação e atenção dos profissionais dos serviços de Saúde para o projecto.
É nos centros de saúde que são feitos os pedidos e decididas as atribuições dos BAS, sendo que o reembolso é pago no mês seguinte, juntamente com o CSI. "As pessoas não sabem que o Estado lhes pode dar estes apoios e cabe aos centros de saúde avisá-las. Nem que estejamos a falar de um euro de comparticipações, para estas pessoas é muito importante", alerta Pimenta Marinho.
Do total de beneficiários do CSI (189 mil em Abril), apenas 30 mil usufruíram dos apoios de saúde (16,2%). O valor médio de cada pedido de reembolso foi de 23,44 euros. Às próteses dentárias corresponderam as maiores comparticipações (144 euros em média). Para os medicamentos, a média foi de 14,63 euros e para os óculos e lentes de 91,36 euros.
A Região Norte foi a que mais recorreu aos BAS com 12 232 beneficiários, num total de 64 272 inscritos no Complemento Social para Idosos. Em causa estão os populosos distritos do Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança, o que pode explicar os números elevados. Seguem-se as regiões do Centro e Lisboa e Vale do Tejo, com 7983 e 6991 beneficiários dos BAS, respectivamente.
Ainda no Norte, o distrito do Porto é o que concentra maior número de utentes de CSI (29 mil) e dos BAS (4801).
Dentro do concelho do Porto, é a Zona Ocidental que mais recorre aos BAS (24,5% dos beneficiários de Complemento Solidário para Idosos), o que se poderá explicar com o melhor acesso à informação.
Fonte: Jornal de Notícias
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