Bem diz o povo que “isto já não é o que era” !
Então, não é que, entre outras muitas coisas, até o pai Natal nos apareceu fora de época, em pleno Verão, de sacola aos ombros, a oferecer promessas eleitorais para todos os gostos?
Muitos políticos da nossa praça terão mesmo consciência do que andam a prometer em campanhas eleitorais?
Como é que, por exemplo, com um Estado falido e endividado, muitos os políticos teimam em continuar a comprometê-lo com compromissos que sabem que ele não pode assumir?
O conceito de um ESTADO SOCIAL, que nestas eleições vai ser um troféu de campanha eleitoral, não pode ser desvirtuado e usado como “isca” com marca de esquerda!
Seria muito mais sério falar no compromisso que quem se candidata a governar o País se propõe assumir no sentido de garantir os “direitos sociais” que a Constituição de República consagra. O nome pomposo de ESTADO SOCIAL nem sempre incorpora a consciência de que o centro da cidadania são as PESSOAS e FAMÍLIAS CONCRETAS e não ESTADO.
Quando hoje muita gente insiste na necessidade de clarificar quais as funções que o ESTADO deve desempenhar e aquelas deve abandonar para que sejam os próprios cidadãos, em nome de uma CIDADANIA PARTICIPATIVA, a organizar-se para, nas suas próprias COMUNIDADES encontram as soluções mais adequadas para ganhar honestamente o seu pão, garantir padrões de bem-estar social para si, para as suas famílias e para as suas comunidades…convém tomar consciência de que este debate é da maior oportunidade e urgência!
Um Estado que deve dinheiro a toda a gente, que é exigente no pagamento dos impostos dos cidadãos e se esquece de pagar a tempo e horas a Empresas e Instituições que, por via desses atrasos, passam meses de angústia para assumir compromissos junto dos seus trabalhadores para lhes garantir o emprego…não tem autoridade moral para se proclamar como um ESTADO SOCIAL.
Felizmente parece haver indícios de que o bom povo nas próximas eleições irá mostrar aos vários “candidatos a eleições” (legislativas e autárquicas) que os seus “discursos à Pai Natal” passaram de moda. É de prever um resultado eleitoral que obrigará a chamada “classe política” a trabalhar mais e melhor, terá de se entender entre si, através de acordos parlamentares, e de se habituar a ser muito mais escrutinada pela opinião pública que começa a abrir mais os olhos e a não querer passar cheques em branco para que maiorias absolutas levem o País para onde ele não quer ir!
Padre José Maia
Data de introdução: 2009-08-10