No Porto há centenas de pessoas que distribuem solidariedade todos os dias. Por trás desses actos estão muitos rostos por identificar e instituições por potenciar. O Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa quer ajudar a cidade a ser mais solidária.
Fazer o bem está ao alcance de qualquer um e em todo o lado. "Na pequena mercearia que leva as compras a casa de um idoso ou no café que lhe entrega as refeições", nota Joaquim Azevedo, presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica do Porto (UCP), que hoje apresenta o projecto "Porto Cidade Solidária".
Este ano, o plano da instituição de ensino é pôr todos a reflectir sobre a solidariedade e ajudar a valorizar "o património que existe" no Porto. Joaquim Azevedo lembra que há muitas IPSS, paróquias e juntas de freguesia a trabalhar para os que mais precisam, mas que são pouco valorizadas. "O que queremos é potenciar este património, alargá-lo e confrontar a cidade com uma questão central: qual é o lugar do outro na nossa vida e na cidade?"
O projecto - que pretende ajudar a cidade a mudar a sua estrutura social e estimular o exercício da solidariedade - desenvolver-se-á ao longo do ano com diversas iniciativas. Haverá congressos com especialistas internacionais para debater a temática, haverá viagens a cidades europeias que actuam de forma diferente, por exemplo, nos cuidados a idosos, haverá reflexões sobre a forma como é gerida a verba que o Estado gasta com os desfavorecidos.
No terreno também haverá acções de solidariedade. A UCP já tem centenas de alunos a trabalhar em IPSS - "é uma fonte de aprendizagem humana importantíssima", diz Joaquim Azevedo - mas este ano a iniciativa estende-se a alunos e funcionários da universidade que serão "convidados" a faltarem uma hora por semana para fazerem trabalho voluntário.
O projecto termina, no fim do ano, com "um grande evento público" que pretende confrontar a cidade com as suas pessoas. "Vamos distribuir pelas ruas do Porto as fotografias dos rostos de quem está envolvido nestas dinâmicas, para desfazer guetos e celebrar a riqueza humana da cidade", adianta Joaquim Azevedo.
Fonte: Jornal de Notícias
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