OPINIÃO

Leitura social da «manifestação geral»

No preciso momento em que escrevo esta crónica, as televisões estão a transmitir imagens de uma “grandiosa manifestação de descontentamento social”, no dizer dos seus promotores!
Como sempre, e em face dos milhares de pessoas que convergiram para Lisboa para se associarem a esta marcha de protesto social, houve gente a dizer que havia exagero no número de participantes (que não eram 300 mil), logo desmentida pelos organizadores que se mostravam peremptórios: eram mesmo 300 mil e para a próxima (que será brevemente) serão ainda mais!

A senhora Ministra, pessoa traquejada no sindicalismo, não ficou indiferente a esta multidão de gente descontente, declarando preferir a “concertação à contestação”!
As duas maiores centrais sindicais entraram em rota de colisão! O senhor Primeiro Ministro não estava cá para ver, ausência mais que justificada pela visita de trabalho no Brasil e a Venezuela à busca de novos mercados para os nossos produtos! É que as crises não se resolvem só com conversa ou protesto! Esperamos que regresse de lá com uma boa carteira de encomendas e, sobretudo, que não nos traga mais compromissos de endividamento, pois disto já cá temos que chegue!

E nós, comuns mortais, portadores de bilhetes de identidade que nos garantem a condição de cidadãos portugueses, para o bem e para o mal, que pensamos desta manifestação, no coração da capital?
Cá por mim, e só posso responder por mim(!), se fosse uma greve geral daquelas que são marcadas logo no início do ano no calendário sindical de actividades, aconteça o que acontecer (normalmente às sextas-feiras), não me enfadava muito!

Porém, e pesados os prós e contras, no caso de uma manifestação de protesto social como esta, interpreto-a como um “grito de cidadania” e senti-me interpelado por aquela multidão que trocou a “comodidade da resignação” pela audácia do protesto a clamar que não sejam os mais pobres e mais vulneráveis socialmente a pagar crises para as quais não contribuíram!
Políticas e ideologias aparte, daqui envio uma saudação amiga e solidária!
Já agora: enquanto a “crise” andar por cá…produzir mais e gastar menos talvez possa dar uma ajudinha!

Pe. José Maia

 

Data de introdução: 2010-06-10



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE (O caso das pessoas com deficiência apoiadas pelas IPSS)

Como todas as outras, a pessoa com deficiência deve poder aceder, querendo, a uma expressão e vivência da sexualidade que contribua para a sua saúde física e psicológica e para o seu sentido de realização pessoal. A CNIS...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Que as IPSS celebrem a sério o Natal
Já as avenidas e ruas das nossas cidades, vilas e aldeias se adornaram com lâmpadas de várias cores que desenham figuras alusivas à época natalícia, tornando as...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Adolf Ratzka, a poliomielite e a vida independente
Os mais novos não conhecerão, e por isso não temerão, a poliomelite, mas os da minha geração conhecem-na. Tivemos vizinhos, conhecidos e amigos que viveram toda a...