OPINIÃO

Famílias-sanduíche

Com a devida vénia dos sociólogos que recentemente publicaram um estudo sobre a pobreza em Portugal, vou utilizar nesta coluna do SOLIDARIEDADE o conceito de “famílias-sanduiche”, por considerar que as conclusões a que se chegou nesse estudo nos devem merecer uma atenção extrema, dada a sua incidência em 57% dos portugueses que ganham menos de 900 euros/mês!

Assim à primeira vista, 900 euros até parece bastante dinheiro! Mas, contas feitas, a que conclusões chegaremos?
Este rendimento de 900 euros é considerado rendimento elevado para as “famílias-sanduiche” poderem aceder a subsídios, tais como rendimento social de inserção! Por outro lado, este rendimento é muito baixo para usufruir de uma razoável qualidade de vida. Por isso lhes chamam os “remediados” e dependem em muito das redes de solidariedade informais, sobretudo, os pais!

O estudo publicado no estudo de Isabel Guerra, intitulado “necessidades em Portugal: tradição e tendências emergentes” retrata uma classe social, que se enquadra tradicionalmente na classe média baixa, mas que tem expectativas muito elevadas em relação ao seu futuro e, por isso, foram insistindo em estudar, adquirir mais habilitações literárias e/ou cursos profissionais.

Os “remediados”, em princípio, apenas têm acesso a trabalhos precários tendo encargos elevados, nomeadamente com a habitação. Nesta situação encontram-se muitos e muitos jovens cujos pais foram considerados de classe média alta e que, sem a sua ajuda, não se sentem capazes de construir a sua autonomia económica e os seus projectos de vida!

Para além de muitos jovens que sofrem na pele estas situações, existem também empresários de actividades económicas de pequena escala, os adultos empregados em situação de sobreocupação, indivíduos recentemente reformados e idosos que vivem sós!
…E não acontece nada?

Pe. José Maia

 

Data de introdução: 2010-07-17



















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