NAÇÕES UNIDAS

Crise trava doações para sida e atrasa acesso ao tratamento

Também no campo do combate à sida não serão cumpridos os Objectivos do Milénio, constata a Onusida, agência das Nações Unidas para a doença. A cobertura medicamentosa teve progressos, mas ainda não será universal, como prometido, até final de 2010.

O acesso universal a prevenção, medicamentos e cuidados para a sida, na definição acordada para os Objectivos do Milénio, significaria uma cobertura de 80% da população que sofre da doença.

Ainda assim, esse alvo para o final deste ano está comprometido, adiantou já a Onusida, que ontem, terça-feira, divulgou um relatório em parceria com o fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF).

Desde o começo da crise financeira, em 2008, os doadores foram reduzindo ou cessando apoios. Resultado: faltam cerca de oito mil milhões de euros. Ainda assim, 38 países de baixo e médio rendimento alcançaram no ano passado melhorias expressivas, sobretudo no que toca aos cuidados a mulheres grávidas seropositivas, aos tratamentos a crianças ou ao acesso de adultos a anti-retrovirais.

“Se começarmos o tratamento mais cedo e melhorarmos a adesão do doente no primeiro ano conseguiremos salvar muitas mais vidas”, comenta Gottfried Hirschall, director da Organização Mundial de Saúde para o VIH/Sida.

A nível mundial, a cobertura em cuidados e fármacos tem subido, mas as taxas relativas a 2009 estão longe do desejável. Apenas 53% das mulheres grávidas seropositivas acederam a cuidados, estes só foram dispensados a 28% das crianças infectadas e apenas 28% dos adultos com VIH recebiam anti-retrovirais.

“Muitos milhões de pessoas estão hoje vivas graças ao investimento na doença feito nos últimos anos”, dizem os autores do relatório da Onusida.

Esta convicção é secundada por cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Eles garantem num estudo também ontem, terça-feira, divulgado que os doentes com VIH que começam a terapia com anti-retrovirais pouco tempo depois de terem sido infectados pelo vírus adquirem maiores resistências a outros agentes infecciosos do que os doentes que começam a toma de fármacos mais tarde.

Os fármacos restauram a memória de celúlas B, que têm a função de formar anticorpos contra um qualquer agente infeccioso, afirmam os cientistas.

De acordo com o relatório da Onusida, nos países de baixo e médio rendimento havia no ano passado 5,25 milhões de doentes a receber tratamento anti-retroviral. Esse número representou um aumento de 1,2 milhões face ao ano anterior, mas está longe do satisfatório, admitem as agências das Nações Unidas. A nível mundial, e contando com os países desenvolvidos, 33,4 milhões de pessoas têm sida.

O relatório da Onusida foi divulgado na ocasião em que se reúne em Atlanta, EUA, a Conferência da Vacina da Sida 2010. Ali são discutidos os avanços feitos para o desenho de uma vacina contra o vírus da imunodeficiência humana.

Fonte: Jornal de Notícias


 

Data de introdução: 2010-09-29



















editorial

TRANSPORTE COLETIVO DE CRIANÇAS

Recentemente, o Governo aprovou e fez publicar o Decreto-Lei nº 57-B/2024, de 24 de Setembro, que prorrogou, até final do ano letivo de 2024-2025, a norma excecional constante do artº 5ºA, 1. da Lei nº 13/20006, de 17 de Abril, com a...

Não há inqueritos válidos.

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

A segurança nasce da confiança
A morte de um cidadão em consequência de tiros disparados pela polícia numa madrugada, num bairro da área metropolitana de Lisboa, convoca-nos para uma reflexão sobre...

opinião

EUGÉNIO FONSECA

A propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza
No passado dia 17 de outubro assinalou-se, mais uma vez, o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Teve início em 1987, quando 100 000 franceses se juntaram na...