OPINIÃO

«Mercado» do Voluntariado

Ele há cada uma! Foi mesmo assim que ouvi, em directo, num programa radiofónico, a expressão “mercado” do voluntariado.
Claro que a gente já se vai habituando a tudo…mas talvez se ande a ir longe de mais na forma como a SOLIDARIEDADE tem sido tratada, centrando-se cada vez menos nos seus destinatários para merecer cada vez mais atenção junto daqueles que procuram, “criativamente”, nas Instituições de SOLIDARIEDADE um “nicho de mercado” cada vez mais apetecido!

Tempos houve, e acredito que ainda hoje isso aconteça, em que as palavras IDENTIDADE e AUTONOMIA eram protegidas à prova de bala, qual “arca da aliança” que as Sagradas escrituras nos dizem ter sido sempre o segredo das vitórias que o “povo de Deus” foi averbando ao longo da sua atribulada história!
A quem se habituou a conjugar as palavras voluntariado=gratuitidade, em simultâneo, a palavra “mercado” sugere coisas que o voluntariado não é!

Os tempos mudam, claro! Tempos houve em que muitas Instituições, para não dizer a quase totalidade, viviam de voluntários/as, pessoas que, interpeladas nas suas comunidades de residência por situações de pobreza, carências sociais, falta de respostas para crianças e idosos, pessoas portadoras de deficiência, foram fazendo das tripas coração para, com muito poucos meios financeiros e com a ajuda de alguns técnicos, assegurarem o dia-a-dia dessas Instituições.
Os ventos mudaram e entrou-se na fase de, por razões de eficácia tecnicista, ter sido obrigatório contratar muitos técnicos, levando a que muitos voluntários começassem a sentir-se um “estorvo” e a retirar-se!
Foi bom? Foi mau? Foi assim…e pronto!

Mas neste ANO INTERNACIONAL DO VOLUNTARIADO talvez não fosse má ideia interrogarmo-nos sobre os “porquês” de, em muitas Instituições, faltarem cada vez mais voluntários e, mais preocupante que isso, este voluntariado em Instituições é cada vez menos mobilizador das novas gerações!

Pe. José Maia

 

Data de introdução: 2011-02-10



















editorial

MULTIDIMENSIONALIDADE DO ENVELHECIMENTO

(...) A forma como a sociedade encara os mais velhos, uma visão redutora, apenas como custos, parecendo ignorar o valor que eles transportam na sociedade e nas famílias, precisa ser urgentemente corrigida, quantificando o seu valor social. O aumento do...

Não há inqueritos válidos.

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Para regionalizar sem fragmentar a educação e formação profissional
A descentralização da educação em Portugal ganhou um novo impulso com a transferência de competências para as Comissões de Coordenação e...

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Cooperação entre as autarquias e as IPSS
Decerto que já tomaram posse todos os eleitos para os órgãos municipais e os das Juntas de Freguesia. É a hora de começar a pôr em prática, progressivamente,...