É de aplaudir a chamada “equidade fiscal” e, em seu nome, a vontade política de repartir melhor a riqueza produzida por todos, cada um ao nível das suas possibilidades e responsabilidades!
Porém, não vai ser fácil transformar a “assimetria fiscal” em justiça fiscal através de “equidade fiscal”!
Há muito que anda no ar um clamor silenciado (que não silencioso!) muito grande pelas desigualdades sociais geradoras de pobreza e empobrecimento!
Saber que os rendimentos sobre o capital se ficam apenas em 21,5%, quando os rendimentos sobre o trabalho vão já nos 46.5% e ameaçam não ficar por aí…pode ser rastilho de uma fogueira de descontentamento que ninguém quererá acender!
Muita gente vai perguntando: que legitimidade têm sucessivos Governos para continuar a aumentar impostos sobre impostos, sem nos darem garantias de os saberem utilizar ao serviço do BEM COMUM, revelando-se incapazes de controlar as suas várias administrações (do Estado Central, das Regiões Autónomas, das Autarquias, de tantos e tantos tentáculos daquilo a que, há uns anos, alguém chamou de “polvo de interesses”)?
Claro que, em nome da crise e da necessidade de pagar com língua de palmo a quem nos empresta o dinheiro para podermos sobreviver com um pingo de honra, não teremos outro remédio!
Talvez não fosse má ideia, em complemento de receitas angariadas por “impostos”, pensar-se, com uma criatividade inteligente, num sistema de “incentivos”, inspirado no “job sharing”, a investimentos feitos em equipamentos sociais de proximidade (dinheiro que fica logo nas comunidades, motivando-as para uma cidadania mais participativa, para um voluntariado de proximidade que poderá redundar em mais solidariedade?
Por: Padre José Maia
Data de introdução: 2011-09-13