SOLIDARIEDADE

Instituição de Viana apoiou em seis meses de 2011 quase tantas famílias como no total de 2010

Uma instituição social de Viana do Castelo conta fechar o ano com mais de 30 mil atendimentos a famílias carenciadas, praticamente o dobro de 2010, situação que já está a obrigar ao recurso à banca. "Temos assistido a um aumento substancial, para o dobro, na procura de todos os nossos serviços de apoio social. Sem o recurso sistemático à banca não seria possível manter estes apoios", admitiu Isabel Fernandes.

A coordenadora do Gabinete de Atendimento à Família (GAF) revelou que em todo o ano de 2010, por todo o distrito de Viana do Castelo, a instituição apoiou 993 famílias, mas só no primeiro semestre deste ano esse número já ascende a 800. Outro indicador da "complicada situação social e financeira" que o distrito vive é o "constante aumento" nos pedidos recebidos para a distribuição de géneros alimentares.

Em 2010, o GAF distribuiu directamente este tipo de apoio a 204 famílias, mas apenas nos seis primeiros meses do ano já soma 142 famílias. Na distribuição de alimentos, explica a coordenadora do GAF, uma das justificações para o aumento dos pedidos de apoio é o "grande corte" na atribuição do Rendimento Social de Inserção. "Estamos a falar de pessoas que chegam a ter para gastar em comida cerca de 15 a 20 euros por mês e que, por isso, sentem a necessidade de nos pedir apoio. Em 2010, a nossa equipa apoiava 100 destas famílias e hoje são 65", sublinhou Isabel Fernandes.

Alimentos e produtos de primeira necessidade que, durante o ano, a instituição acaba por ter de comprar a custos próprios, tendo em conta a falta de donativos. "Sobretudo em produtos para bebés, como leite e fraldas, gastamos muito dinheiro, porque também são os mais caros. E pouca gente faz doação destes produtos", admite a responsável.

Em todo o ano de 2010, o GAF realizou ainda mais de 19.000 atendimentos a famílias, entre apoio técnico e intervenções sociais. No entanto, só no primeiro semestre deste ano, esse número já chegou aos 16.000.

"Isto revela que vamos terminar o ano com a duplicação dos atendimentos e começamos a ter muitas dificuldades para responder a tantas solicitações, em que a espera chega a ser de um mês", admite a responsável.

Entre exclusão social, apoio a famílias e violência doméstica, o GAF presta onze diferentes serviços sociais, através de 60 funcionários, tendo acordos de colaboração e apoio financeiro com a Segurança Social de Viana do Castelo. "Vamos continuar a acreditar que será possível apoiar tanta gente, mas não está a ser nada fácil", concluiu.

 

Data de introdução: 2011-09-25



















editorial

REGIME JURÍDICO DO MAIOR ACOMPANHADO-Conclusões

Seis anos transcorridos sobre o novo regime jurídico do maior acompanhado e a mudança de paradigma que com ele se ambicionava, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade promoveu um colóquio que decorreu no...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Emudeceu-se a voz mais sonante e credível da fraternidade
Embora consciente de que “o Solidariedade” é um jornal isento de qualquer ideologia, de influências político-partidárias ou de qualquer proselitismo religioso,...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

O apagão mal comunicado
O veredito dos cidadãos espanhóis e portugueses quanto à comunicação dos seus governos sobre o apagão é claramente negativo. Em Espanha, quase 60% dos...