Quem não se lembra do apelo irresistível: “compre agora e pague depois”? Muito boa gente caiu nesta armadilha de um consumo irresponsável e sem caução suficiente e consistente para amortizar juros e capital de empréstimos contraídos! Ou seja: quem provou a “maçã tentadora” do endividamento em larga escala e se fez passar por “novo rico”, vive agora uma situação dramática de “novo pobre”, de mão estendida, envergonhadamente, à caridade!
Entretanto, a banca fartou-se de ganhar dinheiro, que foi distribuindo pelos seus accionistas, não perdoando nada a ninguém na hora das sucessivas e dolorosas insolvências de famílias e falências de empresas!
Uma coisa ficou já provada: contrariamente ao slogan do PREC “os ricos que paguem a crise”, em plena democracia, e apesar de todas as juras eleitorais, sucessivos governos têm obrigado “os mais pobres” (através de pesadíssimas impostos) a pagar as crises mal resolvidas pelos ricos!
A gente a pensar que os impostos eram escrupulosamente geridos pelos Governos em benefício do Bem Comum e sob o escrutínio atento e permanente de uma miríade de organismos com responsabilidades de monitorização e controle da dívida pública…e nas nossas costas foi crescendo e medrando um monstro insaciável chamado DÉFICE!
Com a honrosa excepção do Tribunal de Contas e do seu presidente, Dr. Guilherme Oliveira Martins, que se fartou de alertar para irregularidades e escandalosas derrapagens em obras públicas, fica-nos a conclusão amarga de que o “povo” foi explorado por quem o devia proteger e governar!
E a irresponsabilidade continua à solta! Ninguém nos garante que, mesmo depois dos dolorosos tempos de austeridade que nos esperam, as nossas contas públicas ficarão sob controlo!
Mais que uma crise económica e financeira, a situação de confusão e insegurança que se vive em Portugal e na Europa não representarão, sobretudo, uma profunda crise de CONFIANÇA em pessoas e em Instituições?
Pe. José Maia
Data de introdução: 2011-10-20