Pelo que se vai ouvindo e lendo, o ano 2012 vai ser um ano para esquecer!
Mesmo quem não é dado a crenças sobre a leitura dos astros e outras teorias que tais, sente-se tentado a perguntar: será que as várias profecias agoirentas sobre 2012 terão mesmo algum fundamento?
Parece, com efeito, confirmar-se, ao menos para a Europa, que 2012 será mesmo um ano agoirento, não por causa das profecias mas sim devido à conclusão/tragédia de que, afinal, a Europa, em vez de um projecto de coesão, solidariedade e paz entre todos os seus países, está a transformar-se num pesadelo, sem valores, e a mostrar-se apenas como um conjunto de egoísmos nacionais, agrupados numa pseudodenominada União Europeia!
Instituiu-se uma moeda única chamada euro que, enquanto serviu interesses de países exportadores, foi sobrevivendo mas, ao dobrar da esquina da primeira crise financeira a sério, ameaça mandar às malvas compromissos assumidos, tentando, a todo o vapor, livrar-se dos países mais pobres, encostando-os à parede com a ameaça de expulsão da União se não pagarem, com língua de palmo, a juros altíssimos, empréstimos feitos (um excelente negócio!) para acudir a dificuldades de tesouraria!
Não falta já quem deite contas à vida e comece buscar, no fundo de algum baú arrumado, restos de escudos para o que der e vier!
Claro que a forma como vários países se deixaram inebriar pelo valor de uma moeda a que não correspondia efectiva criação de riqueza, enveredando num aventura de novoriquismo sem suporte económico nem comercial, os transformou em presa fácil para os abutres do alta finança, mercados e países ricos que deles vivem!
Entretanto, e se o Pai Natal não se lembrar de nos trazer no seu trenó uma “solução de última hora” consubstanciada na decisão de empréstimos para pagarmos as nossas dívidas soberanas, por parte de países que já foram pobres mas agora se tornaram ricos (graças a políticas bem diferentes das nossas)… restar-nos-á arregaçar as mangas, produzir e vender muito mais, importar menos e transformar o consumismo em hábitos de poupança e austeridade!
Pe. José Maia
Data de introdução: 2011-12-11