HORÁCIA TEIXEIRA

"Aos 102 anos já nada me faz novidade"

“Já não tenho idade de andar por cá e já nada me faz novidade”, começa por dizer Horácia Teixeira, 102 anos de idade, feitos no último dia 9 de Outubro, acrescentando: “Mas graças a Deus tenho ainda muito boa cabeça e tenho trabalhado muito, mas agora já não faço nada. Agora já nem crochet posso fazer, porque está a faltar-me a vista. Tenho cataratas e nesta idade já não me querem operar”.
Tem alguma dificuldade em andar e em ouvir, mas o seu discurso é escorreito e perfeitamente lúcido, o que é corroborado pela directora-técnica do Lar da Casa da Freguesia de Escalhão, Ana Isabel Lima: “Ainda lê, deixou de fazer crochet por causa de uma alergia que apanhou nas mãos e até comenta os noticiários”.
Horácia Teixeira nasceu na vizinha Almofala e toda a vida foi doméstica.
“Vivi aqui em Escalhão quando me casei, durante 11 anos, e tive cá três filhas. Depois o meu marido, que era primeiro-sargento, foi transferido e fomos para o Porto e lá tiraram o curso as minhas filhas”, recorda, adiantando: “Depois ele reformou-se e é que viemos outra vez para a terra”.
Das três filhas só duas ainda são vivas, contando ainda com dois netos e quatro bisnetos no agregado familiar mais directo.
Está há 15 anos no Lar de Escalhão e diz-se muito satisfeita, sem deixar de brincar com a responsável pelo equipamento, ao mesmo tempo que sorri: “Gosto muito de aqui estar, mas já estou cheia dela [Ana Isabel Lima] até aos olhos”.
Sobre o passado, e o de Dona Horácia é já bem longo, não tem queixas: “Sei lá se houve crises piores… Durante todo o tempo a minha vida foi muito boa, o marido era muito bom, ele para mim e eu para ele, e criámos bem as filhas… Tinha dinheiro, nunca me fazia falta… Tinha um homem que quando vinha para casa com o ordenado me dizia: “Tens lá o dinheiro na gaveta”. Eu é que o governava, ele não queria saber do dinheiro. Felizmente nunca fez falta”.

 

Data de introdução: 2013-05-08



















editorial

VIVÊNCIAS DA SEXUALIDADE, AFETOS E RELAÇÕES DE INTIMIDADE (O caso das pessoas com deficiência apoiadas pelas IPSS)

Como todas as outras, a pessoa com deficiência deve poder aceder, querendo, a uma expressão e vivência da sexualidade que contribua para a sua saúde física e psicológica e para o seu sentido de realização pessoal. A CNIS...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Que as IPSS celebrem a sério o Natal
Já as avenidas e ruas das nossas cidades, vilas e aldeias se adornaram com lâmpadas de várias cores que desenham figuras alusivas à época natalícia, tornando as...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Adolf Ratzka, a poliomielite e a vida independente
Os mais novos não conhecerão, e por isso não temerão, a poliomelite, mas os da minha geração conhecem-na. Tivemos vizinhos, conhecidos e amigos que viveram toda a...