O presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) defendeu que as parcerias com organizações que trabalham no terreno devem manter-se na nova estratégia nacional de combate à droga para o período de 2005 a 2012.
Em declarações à margem do I Congresso do IDT, que se destina a fazer o balanço da estratégia delineada em 1999 e contribuir para o plano dos próximos anos, Nuno Freitas considerou "essencial" a linha de parcerias locais, para tentar chegar com o tratamento, através do trabalho de rua, "a uma população oculta".
"Temos a noção de que há uma população oculta a que não estamos a chegar e têm de ser as equipas de rua a tentar ir mais longe, pois pressentimos que é preciso cavar mais fundo", disse o presidente do IDT.
Nuno Freitas lembrou que na toxicodependência, por vezes, se quebram os laços sociais, familiares e laborais, chegando algumas pessoas praticamente a "deixar de ter identidade". Em hora de balanço do combate à droga, Nuno Freitas reconheceu que nem todos os objectivos traçados em 1999 foram atingidos, embora tenha havido um decréscimo de doentes em tratamento e dados animadores no que respeita à SIDA/HIV e à quebra do consumo de heroína.
A tuberculose é um dos problemas que está por resolver e que afecta entre um e três por cento da população toxicodependente, apesar de ser uma doença curável. Com uma taxa nacional só comparável na Europa aos países bálticos e à Roménia, a tuberculose encontra na degradação das condições de vida e dos hábitos de higiene e na falta de assistência médica da população toxicodependente um campo fértil de propagação.
No I Congresso do IDT, que decorre no Europarque de Santa Maria da Feira, participam cerca de 800 técnicos que procuram avaliar as políticas públicas que têm sido seguidas e dar o contributo técnico e científico para a revisão da estratégia nacional de combate à droga. Há fenómenos novos a ter em atenção na estratégia para seguir até 2012, como a expressão do consumo de álcool nas camadas juvenis e o policonsumo ou consumo associado de diferentes drogas, "devendo 2005 abrir um novo ciclo e marcar um salto qualitativo", realçou Nuno Freitas.
As conclusões finais da avaliação feita à estratégia nacional de combate à droga pelo IDT vão ser apresentadas a 15 de Dezembro, anunciou.
Data de introdução: 2004-11-26