A presidente da Federação Nacional das cooperativas de ensino especial (Fenacerci) reclamou maior atenção do Governo aos projectos para identificação precoce de crianças com deficiência, de modo a minimizar problemas mais graves no futuro.
Julieta Sanches revelou que os projectos daquelas instituições nesta área têm a aprovação "muito complicada" devido a normas legais que impõem "restrições muito severas" nos apoios a qualquer iniciativa das cooperativas de ensino de deficientes (cercis). "É uma situação que se arrasta há quatro, cinco anos e que parece não ter solução", afirmou a responsável, no final da sessão de abertura do 4º Encontro Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social, que decorre na Nazaré.
Estes problemas levam a que em Portugal "não se previna atempadamente problemas que vão custar mais caro no futuro, quer ao Estado, quer aos utentes", considerou. Por outro lado, a responsável lamentou que o Estado não custeie integralmente as acções das cercis, criando constrangimentos no pagamento "justo e merecido" dos técnicos que trabalham naquelas escolas do sector cooperativo.
As cooperativas de ensino especial, que trabalham com crianças e jovens que não são aceites no ensino regular, são apoiadas pelo Ministério da Educação, através do destacamento de professores e educadores de infância, e pela Segurança Social, que atribui subsídios por cada aluno.
Nos últimos anos, as instituições têm assistido à saída de muitos quadros técnicos para outros organismos privados e públicos devido à incapacidade das cercis em competir em termos salariais.
Data de introdução: 2004-12-01