O presidente da Assistência Médica Internacional, Fernando Nobre, afirmou que a missão da AMI no Sri Lanka se prolongará até cinco anos, "graças ao apoio dos portugueses", e que a sua organização pretende deixar naquele país uma obra que lembre Portugal.
Fernando Nobre falou aos jornalistas no Aeroporto da Portela, em Lisboa, à chegada do Sri Lanka, onde estava desde 29 de Dezembro em missão de ajuda às populações atingidas pelo sismo e maremotos no dia 26 de Dezembro.
"Não estava à espera quando parti que houvesse uma tal reacção do povo português", disse o médico, salientando que nos 20 anos da AMI nunca tinha assistido a uma onda de solidariedade desta dimensão.
Este facto levou a que a AMI decidisse prolongar a sua presença na ilha para os próximos três a cinco anos, adiantou o responsável.
Os voluntários portugueses irão avançar para trabalhos de reabilitação "muito mais pesados do que aqueles que eu pensava quando fui daqui", disse Fernando Nobre.
"Vamos investir na reabilitação, nomeadamente nas estruturas de saúde, nos orfanatos, nos poços de água e nas cisternas de água", assegurou.
Fernando Nobre espera voltar ao Sri Lanka dentro de dois meses e revelou que, "depois da resposta do povo português", tenciona deixar naquele país "uma obra que lembre Portugal".
"Gostava de deixar uma obra de raiz que talvez comemorasse os 500 anos de Portugal na ilha", sublinhou.
Fazendo um balanço do que se passa no Sri Lanka, Fernando Nobre disse que é um país profundamente destruído, sobretudo no litoral, com um "povo muito afectado a necessitar que a comunidade internacional não faça só promessas mas que as cumpra".
Quando chegou ao Sri Lanka, o médico disse que as maiores necessidades estavam relacionadas com a água, a alimentação e os abrigos e que actualmente o mais urgente é a reabilitação do país, para se recuperar o seu tecido económico.
Data de introdução: 2005-01-19