O Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou que a taxa de desemprego em Portugal aumentou no quarto trimestre de 2004 para 7,1 por cento, o valor mais elevado em seis anos.
Face a igual período de 2003, a taxa de desemprego aumentou 0,6 pontos percentuais, registando o máximo desde 1998, altura em que teve início a actual série estatística.
Face aos três meses anteriores, assistiu-se a um agravamento de 0,3 pontos percentuais da taxa de desemprego no quarto trimestre. Em termos de valores anuais, que assumem os dados ao longo de todos os meses de 2004, a taxa de desemprego passou de 6,3 por cento em 2003 para 6,7 por cento em 2004, exibindo a mesma tendência de deterioração.
Para o secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT) os actuais níveis de desemprego em Portugal "são objecto de grande preocupação", sobretudo com o nível de crescimento económico que Portugal está a registar (perto de um por cento).
João Proença lembra que se se olhar para valores de outras séries estatísticas, os actuais níveis de desemprego são semelhantes aos existentes entre 1993 e 1995, altura em que Portugal viveu uma recessão económica, com uma política económica restritiva. Até os efeitos sazonais do Verão se fazerem sentir, a partir de Março e Abril, o desemprego português deve continuar a aumentar, prevê João Proença.
A central sindical CGTP mostra-se também preocupada com o aumento do desemprego em Portugal no final de 2004 e considera que a situação exige uma ruptura com as políticas seguidas pelos governos nos últimos anos.
O sindicalista José Ernesto Cartaxo afirmou que os dados do Instituto Nacional de Estatística hoje divulgados são de "grande gravidade e trazem extrema preocupação.
O líder do PSD, Santana Lopes, atribuiu hoje o aumento da taxa de desemprego em Portugal para o valor mais elevado em seis anos à "instabilidade política que se vive desde Novembro",
resultante da dissolução da Assembleia da República.
Data de introdução: 2005-02-22