4ª EDIÇÃO DO ESTUDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS IPSS EM PORTIUGAL

Secretária de Estado não está surpreendida mas preocupada com os dados apresentados

“Não estou surpreendida com os resultados do estudo, porque conheço bem o sector, mas estou preocupada, porque demonstra os problemas de sustentabilidade das instituições”, afirmou, aos jornalistas, a secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, Clara Marques Mendes, no final da sessão de apresentação da 4ª edição do estudo, promovido pela CNIS, «A importância económica e social das IPSS em Portugal: Central de Balanços 2021».

“O que mais me preocupa é a sustentabilidade das instituições e é nisso que estamos a trabalhar”, sustentou a governante, no final da cerimónia, que decorreu no auditório da Fundação BPI “la Caixa”, em Lisboa, esta terça-feira (dia 9 de julho).

A secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão revelou que antes do final de julho serão conhecidos os resultados do grupo de trabalho que está dedicado a avaliar os custos das respostas sociais, para, então, se encontrar o valor da comparticipação a ser pago em 2025.

Clara Marques Mendes disse que, “no dia 26 de julho vai haver nova reunião com os representantes do sector social, para fechar o custo real das várias respostas sociais”, nesse sentido, lembrou que isto é determinante para encontrar o valor das atualizações das comparticipações pagas ao setor social em 2025, “tendo como objetivo alcançar o teto de 50% de forma faseada”.

A secretária de Estado garantiu que pretende dar continuidade ao compromisso assumido pelo anterior governo, de comparticipar em 50% as respostas sociais até 2026, mas frisou que atualmente desconhece o valor real de cada valência.

"Nós não podemos dizer com certeza qual é a percentagem que está para chegarmos aos 50%, ou seja, a percentagem que falta, mas é nisso que vamos trabalhar e é essa maior objetividade que estamos a tentar alcançar", sublinhou, acrescentando que a informação que tem chegado ao governo, através do grupo de trabalho, é que "as atualizações têm sido manifestamente insuficientes e não têm em conta os impactos dos custos".

Uma vez mais o estudo da CNIS demonstra que as IPSS vivem grandes dificuldades, com uma percentagem significativa a apresentar resultados negativos.

Ainda, assim, o estudo que reúne e avalia dados relativos ao ano de 2021, “um ano atípico, com uma realidade diferente, por exemplo de 2019, porque houve valências encerradas e o apoio do Estado manteve-se e houve apoio extraordinários no âmbito do combate à Covid-19”, contextualizou o presidente da CNIS, que frisou estar-se perante “um trabalho muito válido, e cientificamente credível”.

Ainda antes dos dados serem apresentados, por videoconferência pelo seu coordenador Américo Mendes, o padre Lino Maia lembrou que foram as IPSS que atenuaram os efeitos da pandemia no país, com grande esforço dos recursos humanos e custo financeiro para as instituições, por isso, “é importante que se inscreva na Constituição da República Portuguesa o direito universal da proteção social, criando-se um serviço nacional de proteção social, que estas instituições sociais farão parte”.

“Talvez não nos confrontássemos com as dificuldades que enfrentamos no momento”, concluiu o líder da CNIS.

Por seu turno, Artur Santos Silva, curador da Fundação “la Caixa”, que patrocinou o estudo, depois de historiar a intervenção do BPI e da fundação de que é curador na área social em Portugal, enfatizou: “Devemos à CNIS a iniciativa de criar uma robusta base de dados, que pode permitir ao governo criar boas políticas públicas”, afirmou Artur Santos Silva.

Os dados mais importantes e as conclusões do estudo, apresentadas pelo coordenador do estudo, Américo Mendes, podem ser conhecidos através da entrevista que concedeu ao jornal Solidariedade AQUI.

 

Data de introdução: 2024-07-10



















editorial

O COMPROMISSO DE COOPERAÇÃO: SAÚDE

De acordo com o previsto no Compromisso de Cooperação para o Setor Social e Solidário, o Ministério da Saúde “garante que os profissionais de saúde dos agrupamentos de centros de saúde asseguram a...

Não há inqueritos válidos.

opinião

EUGÉNIO FONSECA

Imigração e desenvolvimento
As migrações não são um fenómeno novo na história global, assim como na do nosso país, desde os seus primórdios. Nem sequer se trata de uma realidade...

opinião

PAULO PEDROSO, SOCIÓLOGO, EX-MINISTRO DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE

Portugal está sem Estratégia para a Integração da Comunidade Cigana
No mês de junho Portugal foi visitado por uma delegação da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância do Conselho da Europa, que se debruçou, sobre a...