A instituição militar, na sua experiência milenar, para além de uma grande e complexa rede de quadros e patentes especialmente treinados para as suas diversificadas e complexas tarefas, sobretudo em tempos de guerra, sempre privilegiou o papel do "sentinela", de modo a mantê-lo sempre atento e apto a responder, de imediato, ao oficial que lhe transmitir a senha: "sentinela, alerta", gritando bem alto: "sentinela, alerta está"!
Aos sentinelas, que ainda podemos ver na frente de alguns quartéis e de instituições oficiais da República, é confiada a tarefa de manter em prevenção e segurança as altas patentes militares e civis.
E quem serve de sentinela ao Povo?
Quem percorre e ouve com atenção o país, facilmente se apercebe de que faltam sentinelas que garantam a necessária segurança a quem se sente inseguro e ameaçado.
Quem nos protege da onda de autêntica roubalheira que se abateu sobre os portugueses, traduzida num aumento exagerado e desproporcionado dos preços de tudo quanto é coisa: alimentação, farmácia, impostos, livros, combustíveis, transportes?
Quem nos protege da onda de criminalidade, de roubos e assaltos, de incríveis e aberrantes maus-tratos a crianças?
Quem nos protege de um vírus que anda pelos corredores dos Ministérios a ameaçar com a aplicação a tudo e a todos do princípio do "utilizador-pagador",ou seja: paga mais quem utiliza mais, a começar pelos doentes que deverão ajudar a construir os hospitais, por serem mais utilizadores que os outros?!
Quem nos protege da embirração de muitas Câmaras Municipais por não poderem endividar-se, recorrendo à venda a retalho de partes das ruas para parquímetros, a actualizações escandalosas de impostos municipais sobre rampas, reclames, licenças?
E da censura de opinião, da ameaça à liberdade de imprensa, de uma comunicação social às ordens de grupos económicos: quem nos defende?
Sentinelas: precisam-se!
Data de introdução: 2004-11-20