Sinto-me indignado com a imagem negativa que alguns bem pensantes têm tentado colar à obra de Rua, fundada pelo Padre Américo.
Convivi, há bastantes anos, com o dia a dia de uma Casa do Gaiato.
Tenho grande admiração pelo trabalho desenvolvido pelos Senhores Padre Horácio e Padre João à frente da Casa do Gaiato de Miranda do Corvo, a casa Mãe, ao longo de décadas.
Arrepia-me o politicamente correcto incapaz de compreender a filosofia educacional da Casa do Gaiato.
Revolta-me ver tantas críticas ao modelo da Casa do Gaiato.
Ao Estado (todos nós) compete acabar com a pobreza e com as situações geradoras de “crianças da rua”. Não nos cabe destruir uma instituição que tem feito e educado homens, sem dependência dos dinheiros públicos, graças ao apoio dos cidadãos anónimos e do trabalho desenvolvido nas próprias Casas do Gaiato.
Nem tudo será perfeito no dia a dia da Casa do Gaiato (como também acontece nas nossas vidas e nas nossas famílias) mas ninguém queira fazer esquecer o que de bom e positivo lá acontece.
Considero uma vergonha que a Segurança Social tenha deixado publicar na comunicação social factos negativos para a Casa do Gaiato, sem mostrar consideração pelo excelente trabalho desenvolvido ao longo de muitos anos.
Aos bem pensantes que denunciaram a “violência” existente nas Casas do Gaiato exige-se que deixem de estar bem sentados e venham para a “rua” fazer melhor.
A todos os rapazes da Casa do Gaiato, aos seus responsáveis e em particular ao Padre João, Director da obra em Miranda do Corvo, quero publicamente mostrar a minha gratidão pelo trabalho que têm desenvolvido.
* Médico. Presidente da Direcção da Associação para o Desenvolvimento e Formação Profissional de Miranda do Corvo (ADFP)
Na Foto: Padre Américo
Site da Casa do Gaiato
Data de introdução: 2005-01-20